sexta-feira, 12 de abril de 2013

 

Não.
Não é um copo de cerveja, é um copo de café.
Atualmente a minha natureza está tão centrada, que nem para o copo de cerveja eu tenho olhado.
Estou como gaiola vazia, como trapo de mendigo.
Copo sem nada, prato usado na hora do almoço.
Vestido, que está no cesto de roupa suja para ser lavado.
Estou como a placenta, depois que o filho nasce.
Estou como os objetos após o seu uso.
É só neste momento, que o objeto ao contrário do que imaginaríamos e sentenciaríamos ganha o seu real valor, porque ele se pôs ao uso e cumpriu o seu propósito.
Pela primeira vez me sinto zerada.
Esse contato com oque sou, encontrando-me no marco zero, torna evidente minha imagem refletida no espelho, sinto o impulso energético que me conduz a ilha da solidão, onde habitam as duzentas “ampulhetas” que gritam e me chamam e me rasgam por dentro, mas que me constituem inteira.
Soninha Ampulheta.

Imagem: Internet


2 comentários:

expressem-se!!