
Ganhei um livro que se chama a cura de schopenhauer, presente do meu namorado Anderson, que tem me surpreendido com esses magníficos impulsos, recomendo o livro à todos.
Resolvi pois, dedicar brevemente este espaço àquele que relatou tão bem a natureza humana, mas que fez pra si muito pouco doque escreveu.
Não critico schopenhauer, pelo contrário até o admiro, pois o preço da escolha que ele fez para a própria vida foi alto.
Segue em anexo um estudo feito por ele acerca da mutabilidade.
" Deveríamos ter sempre diante dos olhos o efeito do tempo e a mutabilidade das coisas, por conseguinte, em tudo o que acontece no momento presente, imaginar de imediato o contrário, portanto, evocar vivamente a infelicidade na felicidade, a inimizade na amizade, o clima ruim no bom, o ódio no amor, a traição e o arrependimento na confiança e na franqueza e vice-versa. Isso seria uma fonte inesgotável de verdadeira prudência para o mundo, na medida em que permaneceríamos sempre precavidos e não seríamos enganados tão facilmente. Na maioria das vezes, teríamos apenas antecipado a acção do tempo. Talvez para nenhum tipo de conhecimento a experiência seja tão imprescindível quanto na avaliação justa da inconstância e mudança das coisas. Ora, como cada estado, pelo tempo da sua duração, existe necessariamente e, portanto, com pleno direito, cada ano, cada mês, cada dia parecem querer conservar o direito de existir por toda a eternidade. Mas nada conserva esse direito, e só a mudança é permanente.
Prudente é quem não é enganado pela estabilidade aparente das coisas e, ainda, antevê a direcção que a mudança tomará. Por outro lado, o que via de regra faz os homens tomarem o estado provisório das coisas ou a direcção do seu curso como permamente é o facto de terem os efeitos diante dos olhos, sem todavia entender as suas causas. Mas são estas que trazem o germe das mudanças futuras, enquanto os efeitos, únicos existentes para os olhos, nada contêm de parecido. Os homens apegam-se aos efeitos e pressupõem que as causas desconhecidas, que foram capazes de produzi-los, também estão na condição de mantê-los. Nesse caso, quando erram, têm a vantagem de fazê-lo sempre em uníssono. Sendo assim, a calamidade que, em decorrência desse erro, acaba por atingi-los, é sempre universal, enquanto a cabeça pensante, caso erre, ainda permanece sozinha. Diga-se de passagem que temos aqui uma confirmação do meu princípio de que o erro nasce sempre de uma conclusão da consequência para o fundamento."
Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'
Prudente é quem não é enganado pela estabilidade aparente das coisas e, ainda, antevê a direcção que a mudança tomará. Por outro lado, o que via de regra faz os homens tomarem o estado provisório das coisas ou a direcção do seu curso como permamente é o facto de terem os efeitos diante dos olhos, sem todavia entender as suas causas. Mas são estas que trazem o germe das mudanças futuras, enquanto os efeitos, únicos existentes para os olhos, nada contêm de parecido. Os homens apegam-se aos efeitos e pressupõem que as causas desconhecidas, que foram capazes de produzi-los, também estão na condição de mantê-los. Nesse caso, quando erram, têm a vantagem de fazê-lo sempre em uníssono. Sendo assim, a calamidade que, em decorrência desse erro, acaba por atingi-los, é sempre universal, enquanto a cabeça pensante, caso erre, ainda permanece sozinha. Diga-se de passagem que temos aqui uma confirmação do meu princípio de que o erro nasce sempre de uma conclusão da consequência para o fundamento."
Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'
Anderson?
ResponderExcluirIncrível perceber que nosso diálogo em torno deste assunto na Praça de Santa Teresa assumiu um caráter de sublime maturidade da sua parte.
E neste texto ele suscinta especialmente isto...o presente é único, e com tal grandeza ele necessáriamente se mantêm, me lembrei de você e de suas ponderações à respeito.
Obrigada.
ei soninha!
ResponderExcluirquanto maior a expectativa que se faz do futuro maior é a chance de vc se decepcionar... ou não, sei lá né.
vou me preocupar com o futuro quando ele se tornar o presente. e o passado, que um dia foi futuro, lido como aprendizado, sabendo tb q um dia ele foi o presente, mas q não volta mais.
quanto ao livro estou lendo e tb to gostando. muito bom.
Bjs!
"A maior sabedoria é ter o presente como objeto maior da vida, pois ele é a única realidade, tudo o mais é imaginação. Mas poderíamos também considerar isso nossa maior maluquice, pois aquilo que existe só por um instante e some como sonho não merece um esforço sério"
ResponderExcluirArthur Schopenhauer