segunda-feira, 1 de setembro de 2008





Quando estou só me estabilizo, pois organizo o ardor de meus pensamentos, em contrapartida é quando sinto a demência com suas amarras estarem mais próximas de mim.
E como uma criança permaneço a observar o corredor, aquele funil extenso e úmido, frio e escuro com paredes mofadas nas laterais.Tenho que cruzá-lo e ser veloz, pois em algum quarto daqueles é que ela se esconde, correr o risco é fatal, não existe prazer sem risco.Nenhum obstáculo é visível neste corredor e sei que no meio dele poderei entrar em contato com os meus delírios mais assustadores, neste momento tenho duas opções: Me alcoolizar ou escrever.
Percebo que ao invés de tinta é com meu sangue que escrevo.
Sem ele não reconheço meu texto.
O texto quando contido, sem canal para se fazer circular, grita, brada, me rasga por dentro, depois de posto pra fora, como neste papel, já liberto de mim, vai embora. Então, eu me acalmo.
Escrever é berrar sem fazer barulho, quando o faço tenho muito a ouvir, enquanto eu repouso o meu outro esbraveja.Eu não falo, pois é impossível os dois de mim falarem ao mesmo tempo.
Por mais que pareça antagônico é como na impenetreabilidade; Duas pessoas que estão numa só pessoa não podem expressar-se num só dado momento.

Um comentário:

  1. não consigo me expressar assim como vc consegue. gostei do texto, muito bom!

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expressem-se!!