domingo, 31 de agosto de 2008

"Herói é todo otário que morre pelos espertos"



Dramas de Soninha.



(extraído de P. Demo, Metodologia científica em ciências sociais, Atlas, 1985, p. 221-226).

Fazemos um pequeno excurso sobre Parsons, (Na esteira de penas para não deixarmos de lado a proposta funcionalista, ) geral mais conhecida. Esta faceta de Parsons é menos fria, mas pode mostrar muito bem algumas raízes de seu funcionalismo. No prefácio de sua obra central - The social system - aponta as origens em termos de autores: Pareto, Durkheim, Weber, acrescentando logo: "e a isto concorre ainda de modo todo especial Freud". Também foi muito influenciado pela escola inglesa de Malinowski, Radcliffe-Brown, Evans Pritchard, Leach. De Pareto her­dou a idéia de .. equilíbrio"; de Durkheim, a idéia de .. anomia" ou comportamento desviado; de Weber a idéia de .. ação social"; da escola inglesa, a 'idéia ligada à analogia do organismo; e de Freud, a problemática em torno do processo de socialização.
Sistema social e personalidade .Parsons, simplificando muito, monta quatro dimensões totalizan­tes da realidade: o sistema social (social system); o sistema de va­lores (cultural system), O organismo humano (behavior organism) e a personalidade individual (personality system), que interagem mutuamente.
Somente o sistema social e o de personalidade são sistemas de ação propriamente ditos. O organismo é o pressuposto fisiológico. O sistema cultural compõe-se de valores, normas e símbolos que orientam as possibilidades de escolha do agente e delimitam seus tipos de interação. O sistema social é composto de agentes, que têm sua ação social orientada segundo outros .agentes, dentro de um quadro relativamente consensual de fins coletivos. O sistema da personalidade é centrado sobre o agente individual, que tende a satisfazer suas necessidades e a adotar comportamento compatível dentro da sociedade.
Creio haver uma peça desencaixada neste enorme quebra cabeças, chego a pensar ser propriamente uma justificativa ideológica, por que as perspectivas de mudança no sistema não estão cabendo no campo cotidiano.
Distingue-se um aluno sendo capaz ou não, apenas por maneiras avaliativas pragmáticas, e suponho não ser este o método mais eficaz.Também não atribuo o fracasso de crianças ao fato das mesmas serem alunas “de um aglomerado estudando em uma escola de classe média”é mais do que isto a meu ver, selecionei um trecho de uma entrevista que li sobre André Dahmer ( hj renomado quadrinista ) que foi um fracasso escolar mesmo com as condições financeiras favoráveis à um desempenho promissor.Começa assim:

( extraído da Folha de São Paulo , 9 de Junho de 2008)

“Em 1984, eu tinha apenas dez anos e já havia sido reprovado duas vezes no colégio Alemão.Correr, gritar e quebrar coisas e tocar fogo nelas eram meus esportes favoritos.Meus pais, preocupados tentaram terapia sem sucesso.
Quando eu entrava numa salinha daquelas, olhava para o terapeuta e pensava:
‘Você está fudido hoje, vovô.’
Segue a entrevista, e em um dado momento a Luana Villac, da Folha pergunta:
Você odiava a escola quando era pequeno?
André- Na verdade, a escola me odiava. Por não conseguir me adaptar ao ensino tradicional, reprovei alguns anos e fui expulso de alguns colégios.
Na época, meus pais viveram um inferno, os pedagogos diziam que eu não conseguiria nunca terminar os estudos. Só depois que ganhei espaço para as artes a coisa melhorou.
Eu apenas não tinha orientação competente e compatível com minhas demandas da época.”

Me lembrei agora do Drummond em um de seus poemas quando diz:
“E agora José?”, perguntinha que me faço como cidadã, sentindo meu peito latejar quando penso na mesma como pedagoga.

Um comentário:

  1. interessante. se avalia os alunos como se fossem todos iguais, sempre de forma costumeira mesmo. não há um direcionamento para explorar o melhor de cada um.
    se vira agora PEDAGOGA rsrs. bjo!

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