
Atravessando o pátio, avistei o prédio branco e grande, com inúmeras janelinhas e um estacionamento amplo. Sorri por que me lembrei das arquiteturas antigas dos hospícios, e em como aquela se assemelha a elas. Entrei em um imenso corredor, cheio de portas altas à minha direita e esquerda.
Desci uma escada de madeira, e cheguei em uma sala onde o consultório se localizava à minha frente.
Um paciente de óculos, visivelmente muito agitado, subiu na balança e se pesou, anotou no livro que carregava o número indicado, sentou-se e pôs-se a ler o livro, suas sombrancelhas subiam e desciam sem parar.
Enquanto isso, um senhor negro de óculos escuro, que não se sentava, começou a questionar para a atendente o fato de ter duas consultas marcadas no mesmo horário, uma nos andares de cima e a outra ali, ainda disse à atendente que já tinha recebido alta, que nem precisava estar ali. Foi quando houve uma intervenção, com a explicação de que o tratamento dele em hipótese nenhuma poderia ser interrompido.
Nisso o Senhor descrito antes, que estava lendo o livro, levantou o seu braço suspendeu sua camisa social e olhou metodicamente as horas, dizendo que o senhor das duas consultas não iria passar em sua frente de forma alguma.E que antes dele tinha um outro paciente para ser atendido.
Foi o estopim inicial.
O senhor das duas consultas foi buscar café, dizendo que todo mundo chamava a polícia pra ele, foi fumar, e foi chupar bala ao mesmo tempo. O do livro me causava até receio, ele ficava lá imóvel, numa conduta imperialista.
Um saiu correndo para fumar de novo, e o outro saiu dizendo que ia rachar o fora, que a consulta estava marcada para às 9:30 e que já eram 10:30.
Um se tratou com o outro, porque no final das contas nenhum conseguiu esperar.
E eu ali, observando.
Po Soninha hehehe que louco hein???
ResponderExcluirAconteceu no Hospital das Clínicas? Isso foi verdade ou é um conto??