
Nossa!Minha mente está um CAOS...Penso tanto e tão rápido que penso que vou explodir.
Ando lendo tanto e tantas coisas que sinceramente...ando meio perdida para me organizar, e a minha sensação é a mais prazerosa que alguém pode ter.
Sensação de aproveitamento de tempo.
Sei dos meus sintomas, hahahaha...os conheço bem.
Bom quero falar sobre algumas coisas que vi e li nestes dias.
O primeiro dele é sobre o livro: Uma Mente Inquieta.
“[...] Uma vez iniciado o cerco, perdi a razão rapidamente. No início, tudo parecia tão fácil. Eu corria de um lado para o outro como uma doninha enlouquecida, cheia de planos e entusiasmos borbulhantes, mergulhada nos esportes, passando a noite inteira acordada, noite após noite, saindo com amigos, lendo tudo que me caísse nas mãos, enchendo cadernos com poemas e fragmentos de peças, e fazendo planos extensos, totalmente fora da realidade, para o futuro.
O mundo era só prazer e esperança; eu me sentia realmente ótima. Tinha a impressão de que conseguiria fazer qualquer coisa, de que nenhuma tarefa seria difícil demais. Minha cabeça parecia ter clareza, uma capacidade de concentração fabulosa, e ter condições de fazer saltos matemáticos intuitivos.
[...]
Eu finalmente reduzi a velocidade. Na realidade, parei de uma vez. [...] E então o chão começou a sumir debaixo da minha vida e da minha cabeça. Meu raciocínio, longe de ser límpido como um cristal, ficou tortuoso. Eu lia o mesmo trecho repetidas vezes, só para perceber que não tinha nenhuma lembrança do que acabava de ler. [...] Nada fazia sentido. Eu não conseguia nem começar a acompanhar a matéria apresentada nas aulas e me via olhando pela janela sem fazer a menor idéia do que estava acontecendo a minha volta. Foi assustador. Eu estava acostumada a que minha mente fosse minha melhor amiga; [...].
Agora, de repente, ela se voltava contra mim: zombava dos meus entusiasmos insossos; ria dos meus planos tolos; já não considerava nada interessante, divertido ou digno de atenção. Ela estava incapaz de concentrar o raciocínio e se voltava continuamente para o tema da morte: eu ia morrer, que diferença fazia qualquer coisa? O curso da vida era breve e sem significado, por que viver? Eu me sentia totalmente exausta e mal conseguia me forçar a sair da cama de manhã.[...]
Não faço a menor idéia de como consegui passar por normal na escola, a não ser porque as pessoas geralmente estão envolvidas com suas próprias vidas e raramente notam o desespero nos outros se os que estão em desespero fazem um esforço para disfarçar a dor. [...] Havia sido criada de modo a acreditar que as pessoas devem guardar seus problemas para si. Partindo-se daí, revelou-se profundamente fácil manter meus amigos e minha família a uma distância
psicológica. “Efetivamente”, escreveu Hugo Wolf “às vezes pareço alegre e afável; converso também com os outros de modo bastante razoável; e a impressão é de que, só Deus sabe como, me sinto bem. No entanto, a alma permanece no seu sono mortal, e o coração sangra por mil feridas abertas.” [...]
Em retrospectiva, fico assombrada de ter sobrevivido, de ter sobrevivido sozinha [...]. Amadureci rapidamente durante aqueles meses, como seria necessário com tanta perda da identidade, tanta proximidade da morte e tanta distância de algum refúgio.” (p.43 – 48)
Inúmeras vezes sua animosidade entrou em pane, nestas fases Kay perdia seu interesse pelas atividades acadêmicas, família, amigos e, até mesmo, pela vida. Ela chegou a pensar em abandonar a faculdade, mas a dor misturava-se a um imenso sentimento de frustração e este a impediu de desistir de suas atividades, apesar de toda melancolia.
É assim que acontece comigo e com alguns que conheço...
Mas ando bem...ao contrário da Kay ainda não me submeti aos medicamentos, não por ser mais forte que ela, e sim talvez por ainda estar na fase que ela também discute no livro:
“[...] Quando eu me queixo de estar menos alegre, as pessoas dizem que agora estou como o resto do mundo, querendo, entre outras coisas, me tranqüilizar. Mas eu comparo meu eu atual com meu anterior, não com as outras pessoas. Além disso, costumo comparar meu eu atual com o melhor que já fui, que é quando estive ligeiramente maníaca. Quando sou meu eu atual normal”, estou a enorme distância de quando estive mais alegre, mais produtiva, mais veemente, mais expansiva e efervescente. Em suma, para mim mesma, é difícil me manter à altura das minhas expectativas.” (p.109 – 110)
“Eu colhi os frutos amargos da minha própria recusa a tomar o lítio com regularidade. [...] Foram inúmeras as vezes em que me perguntei, se eu não posso sentir, se não posso me mexer, se não posso pensar e se não consigo me importar,então qual era o sentido concebível de continuar vivendo.” (p.131 – 132)
Quando recebi meu diagnóstico depois de tantas desconfianças, médicos, psiquiatras, psicologos, sentei em frente a minha pscicóloga e chorei muito.
Não era de tristeza era porque talvez com aquele papel em minhas mãos pude realmente perceber materialmente que não era um extraterrestre, que haviam mais pessoas do que eu imaginava que estavam ali naquele momento passando por essas sensações também, embora as mesmas se manifestarem de forma tão particular.
Criei um vínculo com amigos que têm sentimentos parecidos com os meus, ganhei um irmão no meio das crises (O Rene) e achei um companheiro neste mundão, que suporta o que passo com a paciência de um Monge.(O Anderson).Bom disse que eram muitas coisas né?E ainda têm muito mais...
Sobre o livro acho que este já dá pra tirar a lista.
Abraço à todos.
Hasta la vista!
Soninha,
ResponderExcluirConte sempre comigo.
Gosto demais de vc.
Se cuida. Beijos!
Anderson
Senti, a mesma coisa q vc e tbm me acabei em lágrimas qdo recebi meu diagnótico...
ResponderExcluirKarina
Anderson,
ResponderExcluirTambém gosto demais de vc!E conto mesmo contigo.
Karina,
ResponderExcluirObrigada pela vinda e pelo carinho.